Para algumas coisas não encontramos ensinamentos diretos na Bíblia. É o caso do namoro. Não existe nada na Bíblia dizendo assim: “não namorarás”, ou “namorarás somente com 18 anos”. Seria mais fácil falar sobre namoro se existisse algo dessa maneira. Por causa disso, existem algumas pessoas que acreditam que o namoro é errado. Porque não existe namoro na Bíblia, namoro não é de Deus. Contudo, esse pensamento está equivocado. A Bíblia não fala sobre namoro conforme o modelo dos nossos dias, mas fala a respeito de um período antes do casamento em que os dois (homem e mulher) se comprometiam a esperar um pelo outro. Um exemplo disso é o caso de José e Maria (Mt 1:18). E desse exemplo, podemos destacar alguns pontos que podem nos auxiliar quanto ao namoro dos nossos dias.
Primeiramente neste período o compromisso visava o casamento. Eles se comprometiam para se casarem. E esse compromisso era tão sério, que embora José ainda não tivesse se casado com Maria, ele já era considerado esposo dela. Segundo, envolvia pureza. Eles não haviam “coabitado”, isto é, não tinham relacionamento sexual. Terceiro, havia extrema preocupação e cuidado com o outro. José resolveu deixar Maria, porque se ele ficasse, teria que expor o “pecado” dela diante de todos. Ao deixa-la, José assumiria a culpa e pouparia Maria de tal vexame. Ao invés de condená-la, todos a veriam como uma esposa abandonada por um homem “desonrado”. Como isso pode nos ajudar sobre namoro nos nossos dias?
Primeiro, o namoro deve ter um propósito claro, o casamento. Então, não namore por namorar, como se fosse algum tipo de passatempo. Namoro é coisa séria e se você quiser se divertir, tem um monte de outras coisas legais pra fazer. E, mesmo que você tenha a intenção de namorar para casar, pense se existe uma possibilidade real para isso. Aconselhei muito tempo um casal de namorados que acabaram terminado o namoro. Um dia o rapaz me disse o seguinte: “ela era a pessoa certa na hora errada, se tivéssemos começado a namorar mais velhos, teríamos casado”. Eles namoraram durante 5 anos, mas começaram a namorar com 14 anos. O tempo foi passando, as dificuldades desgastaram o relacionamento, pois ainda eram muito imaturos; o namoro foi esfriando, não tinham perspectivas de casamento e logo veio o rompimento. Ah, e os dois sofreram bastante!
Segundo, o namoro tem que ter santidade. Namoro envolve sentimentos, seu e da outra pessoa. Envolve desejos e necessidades. É preciso ter maturidade pra saber lidar com tudo isso. Precisa ter domínio próprio para estabelecer limites e desenvolver, juntos, uma vida espiritual santificada. Isso é muito difícil! É preciso também estar ciente de que nessa matéria, se alguém prejudicar de alguma maneiro o namorado(a), Deus acertará as contas com ele (1Ts 4:1-8).
Terceiro, o namoro exige cuidado com a outra pessoa. Os namorados precisam estar dispostos a se doarem para cuidar do outro. Não se deve namorar pensando no seu próprio bem, e sim no bem do outro. É assim que Jesus (o noivo), demonstrou seu amor pela igreja (a noiva), se entregando por ela.
Namorar é muito bom! Mas, dá trabalho, exige muita responsabilidade, e os namorados se privam de muitas coisas em função do relacionamento. Por isso é preciso avaliar se vale a pena assumir esse compromisso em um período de novas descobertas, de conhecer novas pessoas, fazer amigos, se divertir, como é o período da adolescência. Conheço um casal, casados a 13 anos, com casamento muito abençoado. Eles contam que tiveram diferenças quanto a namoro no período da adolescência. Ele, começou a namorar com 14 anos, namorou 6 anos com uma garota, deixou de viver muita coisa por causa do relacionamento; diz que se pudesse voltar atrás não namoraria tão cedo. Ela, começou a namorar bem mais tarde. Na adolescência, participou de muitos acampamentos, viajou muito, ampliou seus relacionamentos, se divertiu intensamente; diz que se pudesse voltar atrás, faria exatamente igual.
Enfim, vemos que namoro é bom, mas tem que ser no tempo certo! Qual será o seu tempo? Pense bem sobre isso.
Rev Rogério Bernardes
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Pastor na IPB Vera Cruz (Goiânia-GO)